21 de dezembro de 2011

PEQUENO HISTÓRICO DO FUTEBOL EM TOCANTINS – 1ª PARTE

Assim como fizemos com o campeonato do Estado do Amapá, tentaremos contar um pouco da história do futebol em Tocantins.
Em novembro de 1994, o Jornal do Futebol (editado por oito anos), de autoria de José Ricardo Caldas e Almeida, utilizando como fontes arquivos de Júlio Bovi Diogo, Adalberto Jorge Klüser, Sérgio Madeira (in memorian), Ginaldo Júlio Chiquito, revista Placar e Almanaque Abril. Resolvi atualizá-la até 2011, acrescentando mais alguns dados e divulgá-la aqui no blog em partes.
Fontes utilizadas para atualizar a matéria:
Federação Tocantinense de Futebol
Jornal de Tocantins
Governo do Estado de Tocantins
Site Futebol do Tocantins
Páginas de clubes tocantinenses

HISTÓRIA DE TOCANTINS

Criado por decisão da Assembléia Nacional Constituinte em 1988 (data da instalação: 01.01.1989), Tocantins (com área de 277.621 km²) é o mais novo dos Estados do Brasil, a partir do desmembramento do Estado de Goiás e abrange toda a região norte deste Estado.
É o 23º Estado do Brasil em população com 1.243.627 de habitantes (censo IBGE de 2007) em seus 139 municípios.
A capital é Palmas, com 178.386 habitantes. Araguaína (117.059), Gurupi (71.197), Porto Nacional (45.289) e Paraíso do Tocantins (40.290) são algumas das principais cidades.

O FUTEBOL EM TOCANTINS

FASE AMADORA

As dificuldades de transporte e comunicação, devido a estradas quase intransitáveis, a precariedade das instalações físicas (campos de terra batida), a falta de apoio do poder público local ao lado da extrema distância geográfica do sul de Goiás (e da própria capital goiana), fazia com que as cidades do norte goiano, hoje estado do Tocantins, se unissem em torno de um campeonato de futebol amador denominado de Torneio Integração do Norte, promovido pela Liga de Esportes de Araguaína – LEA e que foi criado no final da década de 1970, em razão da impossibilidade de participar das competições organizadas pela Federação Goiana de Futebol.
Também na década de 70 havia um torneio conhecido por “Jogos do Norte de Goiás e Sul do Pará”.
Praticamente não havia intercâmbio dos municípios da região sul com os da região norte. O norte de Goiás era esquecido tanto em termos sociais quanto em termos de futebol, pois os principais clubes goianos, isto é, Goiás, Vila Nova, Atlético Goianiense e Goiânia, demoravam vários anos para pisarem nos deploráveis gramados da região, mas quando marcavam presença através dos jogos amistosos levavam verdadeiras multidões aos acanhados estádios do norte.
Mesmo com todas essas dificuldades, o futebol foi crescendo e chegando a outras cidades como Guaraí, Porto Nacional, Paraíso e Colinas, por exemplo, oriundo principalmente da região Nordeste. Imigrantes do sul do Brasil também ajudaram a incrementar a modalidade em algumas cidades de Tocantins.
Em dezembro de 1979, houve uma significativa melhoria com a inauguração do “Lauro Assunção”, o primeiro estádio de futebol da região norte do estado de Goiás.
O nome do estádio foi uma homenagem ao já falecido e bastante conhecido cidadão de Tocantinópolis, do qual se contava a seguinte história: fanático por futebol, foi o primeiro a adquirir um rádio no município na época das primeiras Copas do Mundo a serem transmitidas pelo rádio e em seu comércio se aglomeravam centenas de pessoas para ouvir as partidas da Seleção Brasileira.
O jogo reuniu importantes autoridades políticas do Estado de Goiás e do município de Tocantinópolis. Após a solenidade de inauguração, ocorreu o amistoso entre as seleções de Araguaína e a de Tocantinópolis, que terminou com a vitória de Tocantinópolis, por 3 x 1.
Mais tarde, esse estádio permitiria, por exemplo, um amistoso contra o Flamengo, do Rio de Janeiro, em 1990, fato inimaginável antes da inauguração.
Apesar disso, a condição do esporte do norte de Goiás continuava remota, pois as viagens continuavam sendo sofridas para os atletas e para a comissão técnica em virtude da ausência de apoio.
Chegava-se ao ponto de o poder público, não se sabe se por descaso ou por falta de condição financeira, destinar a alguns times apenas um desprezível caminhão caçamba, que deveria comportar toda a delegação, e que por sua vez, era parcialmente cheio de areia e coberto por uma lona para dar mais "conforto" aos heróicos atletas.
Logo depois da criação do novo Estado, a expectativa para a realização de um campeonato estadual era grande. O Havelange Atlético Clube, de Tocantinópolis, a Associação Atlética Francana, de Aragauaína, e a Seleção de Guaraí já eram candidatos quase certos na disputa do Estadual.
Mas quando foi criada a Federação Tocantinense de Futebol – F.T.F., em 7 de abril de 1990, nenhum destes times conseguiu atender às exigências necessárias e ficaram de fora. Por isso, muitos jogadores destes times foram recrutados pelos clubes recém-fundados ou contratados por equipes com melhor estrutura administrativa.
Alguns clubes nasceram goianos e hoje são tocantinenses, como é o caso, por exemplo, do Kaburé (fundado em 1985), três anos antes de ser criado o Estado.
Desta forma, gradativamente as respectivas seleções transformaram-se em clubes como foi o caso das seleções gurupiense (Gurupi Esporte Clube), colinense (Kaburé Esporte Clube), araguainense (Transtrevo Esporte Clube e Araguaína Esporte Clube, atualmente, Araguaína Futebol e Regatas), miracemense (Miracema Esporte Clube e Tocantins Esporte Clube), paraisense (Intercap), alvoradense (Alvorada Esporte Clube) e da própria seleção tocantinopolina que deu origem ao Tocantinópolis Esporte Clube.
De 1989 a 1992 foi disputado o campeonato amador de Tocantins, vencido por Kaburé (1989 e 1991), Tocantinópolis (1990) e Intercap (1992).


INTERCAP CAMPEÃO DE 1992


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