A história do futebol estanciano é longa e cheia de acontecimentos memoráveis. Recuando no tempo, lá pelas primeiras décadas do século passado, a prática do esporte bretão naquela cidade já se apresentava bem desenvolvida, embora, como em todo o Estado, sofrendo enormes discriminações da sociedade de então.
O futebol era assiduamente praticado naquela época, na antiga praça Barão do Rio Branco. No centro da praça havia uma pequena capela. Muitos fiéis, sentindo-se molestados pelos chutes errantes e as algazarras dos jogadores, reclamaram ao delegado local.
Como a autoridade não levou muito a sério as reclamações, apelaram para o Chefe de Polícia Estadual, em Aracaju, Pedro Barreto. Este então passou o seguinte telegrama ao delegado em exercício: “Não consinta foot-ball Praça Rio Branco nem ponto outro da cidade onde possa prejudicar população. Recomendo garantir boa ordem e moralidade pública.”
Mas a rapaziada não se abalou com essa restrição. Partiram para outros locais (que tinha bastante) aonde voltaram às animadas “peladas”.
Tempos depois, a Capela foi removida da Praça Rio Branco, e o futebol voltou a ser praticado naquele local após ser liberado pelo intendente municipal Francisco José Martins. Anos depois foi construído um campo improvisado na Praça Humaitá aonde o futebol “rolou solto” para o deleite daquela rapaziada.
E como em Propriá e Maruim, o futebol em Estância se desenvolvia rapidamente com a criação de vários clubes. Não eram todavia associações organizadas com estatutos, diretorias eleitas etc, mas sim denominações escolhidas por grupos de desportistas.
O primeiro grande clube fundado naquela cidade foi o “Cruzeiro Ping Pong Club”, em 14 de julho de 1929. No ano seguinte resolveu mudar o estranho nome para simplesmente “Cruzeiro F. C.” quando então passou a adotar o futebol. Na sua presidência estava o desportista Leopoldo A. Silva; Luiz Garcia era primeiro Secretário.
O futebol era assiduamente praticado naquela época, na antiga praça Barão do Rio Branco. No centro da praça havia uma pequena capela. Muitos fiéis, sentindo-se molestados pelos chutes errantes e as algazarras dos jogadores, reclamaram ao delegado local.
Como a autoridade não levou muito a sério as reclamações, apelaram para o Chefe de Polícia Estadual, em Aracaju, Pedro Barreto. Este então passou o seguinte telegrama ao delegado em exercício: “Não consinta foot-ball Praça Rio Branco nem ponto outro da cidade onde possa prejudicar população. Recomendo garantir boa ordem e moralidade pública.”
Mas a rapaziada não se abalou com essa restrição. Partiram para outros locais (que tinha bastante) aonde voltaram às animadas “peladas”.
Tempos depois, a Capela foi removida da Praça Rio Branco, e o futebol voltou a ser praticado naquele local após ser liberado pelo intendente municipal Francisco José Martins. Anos depois foi construído um campo improvisado na Praça Humaitá aonde o futebol “rolou solto” para o deleite daquela rapaziada.
E como em Propriá e Maruim, o futebol em Estância se desenvolvia rapidamente com a criação de vários clubes. Não eram todavia associações organizadas com estatutos, diretorias eleitas etc, mas sim denominações escolhidas por grupos de desportistas.
O primeiro grande clube fundado naquela cidade foi o “Cruzeiro Ping Pong Club”, em 14 de julho de 1929. No ano seguinte resolveu mudar o estranho nome para simplesmente “Cruzeiro F. C.” quando então passou a adotar o futebol. Na sua presidência estava o desportista Leopoldo A. Silva; Luiz Garcia era primeiro Secretário.
Também em 1930, no dia 3 de maio, os operários da Fábrica Santa Cruz resolveram organizar um clube para a prática do futebol. Seu nome: S. C. Santa Cruz. Foram seus fundadores: Aurélio Rocha, Pompeu Lima, Gervásio Passos, Fernando Mandarino, Lídio Gomes, Carlos Matos, José Souza Valença, Manoel Soares, Raimundo Soares e Edgar Baptista. Era um dia de festa, denominada “Festa da Santa Cruz dos Cativos” que reunia operários da fábrica.
Nos primeiros tempos de vida o Santa Cruz era sustentado exclusivamente pelos operários da fábrica, sem nenhuma interferência dos “patrões”.
Mas, em poucos meses, os diretores da empresa resolveram assumir os destinos do Santa Cruz que, a partir de então se tranformou numa importante agremiação esportiva da cidade.
Seu primeiro jogo – bastante esperado – foi contra o Cruzeiro, no dia 9 de agosto no campo improvisado da Praça Humaitá. Um grande número de torcedores vibrou com aquele inédito encontro vencido pelo Cruzeiro po 2 x 0 (gols de Formiga e Manuca). O juiz foi Ebehardo Andrade.
Embora fortemente apoiado pela Fábrica Santa Cruz, este clube não conseguiu, por muito tempo, superar em campo, o poderio do Cruzeiro F. C. O clube alvi-verde estanciano mantinha um intenso intercâmbio futebolístico com clubes de São Cristóvão, Lagarto, Anápolis e Aracaju.
Em 1931, numa promoção que emocionou os desportistas de Estância, o Cruzeiro proporcionava a primeira visita de um grande clube da capital: o C. S. Sergipe. O memorável jogo foi realizado no campo da Praça Humaitá, no dia 9 de setembro.
O clube rubro (base da seleção sergipana) foi vencedor por 8 x 0. Mas, contra A. D. Brasil, 13 de Julho e Vasco, todos da Capital, o Cruzeiro conseguiu derrotá-los em Estância.
Neste mesmo ano fundava-se outro clube de futebol em Estância: O “Sport Club Piauhytinga”.
No ano seguinte apareceram o “Senhor do Bonfim F. C.” (em 3 de março) e o Estanciano (nada a ver com o atual). Ainda em 1932, o campo da “Vila Operária” era reinaugurado (8 de maio) completamente remodelado, tornando-se a principal praça de esportes da cidade.
Embora tecnicamente aceitável e com um intenso intercâmbio intermunicipal, o futebol de Estância manteve-se afastado da Liga Sergipana de Esportes Atléticos. Somente em 1947 é que o Bonfim, Guarany e Santa Cruz resolveram se filiar a LSEA, tornando-se assim clubes oficiais no futebol sergipano.
Destes, o mais ativo era o Bonfim (pertencente à fábrica do mesmo nome). Tinha uma ótima equipe de futebol e um bom estádio (o “José Pequeno”). Realizou muitos amistosos com clubes sergipanos e alguns interestaduais na década de 1950, dentre os quais diante do América, de Recife, quando empatou (2 x 2) na festa de inauguração dos refletores do seu estádio (o primeiro a ter iluminação para jogos noturnos em Sergipe). O jogo ocorreu no dia 22 de abril de 1950.
Também o Santa Cruz realizou alguns jogos com clubes de outros Estados nos primeiros anos da década de 1950 (América, de Recife, e Botafogo, de Salvador). Mas apesar dos inúmeros jogos intermunicipais (e alguns interestaduais) os clubes de Estância, filiados à FSD, não se interessavam em disputarem o Campeonato Sergipano.
Mas a partir de 1954 os dirigentes da fábrica Santa Cruz resolveram armar uma poderosa equipe de futebol e, no ano seguinte se inscrever para o campeonato oficial (divisão do interior) pela primeira vez em sua história.
Recrutando os melhores craques da região (muitos deles, do Riachuelo), o Santa Cruz fez ótima campanha no certame do interior, desbancando a supremacia do Passagem, de Neópolis, que perdurava desde 1949. Entre estes craques do “azulão” estanciano destacavam-se Everaldo, Rocha, Tarati, ABC e João Cego.
Como campeão do interior de 1955, a Santa Cruz disputou com o C.S. Sergipe (campeão da Capital) o título máximo daquele ano. Perdeu o título para o clube rubro, mas surpreendeu pela força e homogeneidade de sua equipe.
Nos anos seguintes, até 1960, o Santa Cruz dominou amplamente o futebol sergipano. Campeão do Interior, de 1955 a 1958 (última disputa neste sistema) e pentacampeão do Estado, inclusive o primeiro a conquistar o campeonato de futebol do Estado (1960), o clube estanciano manteve sempre ao longo desta trajetória gloriosa seu time base, aonde a “espinha dorsal” era formada por Tarati, Rocha, ABC e João Cego.
Alguns novos craques foram surgindo no time mas a característica de jogo tinha como base aqueles renomados craques.
Na década de 1960, o futebol de Estância tinha outro clube na elite do futebol sergipano: o Estanciano Esporte Clube, fundado em 14 de junho de 1956. O auri-negro teve, durante sua participação nos certames estaduais alguns momentos de orgulho para o torcedor da cidade.
Rivalizou-se com o veterano Santa Cruz, se transformando em novo “clássico” do interior sergipano. Conseguiu chegar algumas vezes perto do título máximo na década de 1980.
Com a lenta “agonia” do outrora “bicho papão” o Estanciano passou a ser a principal força do futebol de Estância no final dos anos 80 e início dos anos 90.
Naufragou porém na crise que se instalou no futebol da cidade e atualmente, na Segunda Divisão é apenas uma pálida idéia da gloriosa história do futebol de Estância.
Nem mesmo a construção de um moderno estádio, inaugurado em março de 1983, (contruído pelo Governo Augusto Franco) conseguiu evitar a decadência do futebol estanciano.
Entretanto ainda existe sinais de vida no futebol daquela importante cidade do interior sergipano. Resta seus desportistas não deixá-la se extinguir por falta de luta e amor à causa.
O futebol de Estância, pelo seu passado e pela cultura e abnegação de seu povo não merecia estar neste estado agonizante.
Fonte: Arquivos de Tito Vianna
Nenhum comentário:
Postar um comentário