30 de dezembro de 2011

A EXCURSÃO DO C. A. HURACÁN, DA ARGENTINA, AO BRASIL, EM 1930

Logo após o Hakoah, outro clube argentino se exibiu no Brasil. Foi o C. A. Huracán, de Buenos Aires.
Os argentinos trouxeram um bom conjunto de jogadores. Impressionou na estréia, mas a seguir deixou muito a desejar não só quanto à sua atuação como à disciplina, que foi das piores, tirando todo o brilho de sua excursão ao Brasil.
Iniciou sua excursão pelo Brasil atuando em gramados de São Paulo.

13.07.1930
CORINTHIANS 4 x 2 HURACÁN
Local: Parque São Jorge
Árbitro: Luís Mattoso (Feitiço)
Gols: Onzari, De Maria, De Maria, Chiesa, De Maria e Grané.
CORINTHIANS: Tuffy, Grané e Del Debbio; Nerino, Guimarães e Munhoz; Filó, Apparicio, Gambinha, Rato e De Maria. Técnico: Virgílio Montarini.
HURACÁN: Molteni, Basilico e Pratto; Settis, Danil e Echeverria; Carricaberry, Espósito, Ferreyra, Chiesa e Onzari.

17.07.1930
COMBINADO PORTUGUESA/GUARANI 3 x 6 HURACÁN
Árbitro: William Rowlland
Gols: Chiesa, Ferreyra, Salles, Carricaberry, Machado, Onzari, Esposito, Chiesa e Machado.
COMBINADO: Spíndola, Machado e Raposo; Cabral, Amleto e Ramon; Paulo, Lolico, Salles, Zeca e Robertinho.
HURACÁN: Ceresetto, Basilico e Pratto; Amadeo, Danil e Souza; Carricaberry, Espósito, Ferreyra, Chiesa e Onzari.

20.07.1930
PALESTRA ITÁLIA 2 x 1 HURACÁN
Local: Parque Antarctica
Árbitro: Pedro Thomaz
Gols: Espósito, Ministrinho e Osses.
PALESTRA ITÁLIA: Nascimento, Volponi e Loschiavo; Pepe, Gogliardo e Serafini; Ministrinho, Carrone, Heitor, Lara e Osses.
HURACÁN: Molteni, Basilico e Pratto; Souza, Danil e Echeverria; Carricaberry, Espósito, Ferreyra, Chiesa e Onzari.

24.07.1930
SANTOS 4 x 1 HURACÁN
Árbitro: Eduardo Panariello.
Gols: Omar, Camarão, Chiesa, Feitiço e Mário.
SANTOS: Athié, Aristides e Meira; Oswaldo, Roberto e Alfredo; Omar, Camarão, Feitiço, Mário e Evan.
HURACÁN: Molteni, Settis e Pratto; Amadeo, Danil e Echeverria; Carricaberry, Espósito, Ferreyra, Chiesa e D’Alessandro.

27.07.1930
SELEÇÃO DA AMEA 2 x 2 HURACÁN
Local: São Januário.
Árbitro: Juan Scurzoni (Argentina). 
Gols: Sobral e Gradim; Frederico e Chiesa.
SELEÇÃO DA AMEA: Jaguaré, Hélcio e Pennaforte; Tinoco, Nesi e Molla; Ary, Sobral, Gradim, Telê e Celso.
HURACÁN: Cereseto, Basílico e Pratto; Echeverria, Danil e Settis; Carricaberry, Sposito, Frederici, Chiesa e Onzari.

31.07.1930
VASCO DA GAMA 5 x 1 HURACÁN
Local: São Januário
Árbitro: Virgilio Fedrighi, do América
Gols (na ordem): 1º tempo – Chiesa, Russinho e Paes; 2º tempo – Mário Mattos, Russinho e Fausto.
VASCO DA GAMA: Jaguaré, Brilhante e Itália; Tinoco, Fausto e Mola; Bahianinho, Paes, Russinho, Mário Mattos e Sant’Anna.
HURACÁN: Cereseto, Settis e Pratto; Echeverria, Frederici e Sauza; Carricaberry, Sposito, Ferreyra, Chiesa e D’Alessandro.

03.08.1930
COMBINADO CARIOCA 4 x 4 HURACÁN
Local: São Januário.
Árbitro: Alderico Solon Ribeiro, do América.
COMBINADO CARIOCA: Jaguaré, Pennaforte e Octávio; Tinoco, Fausto e Ernesto; Sobral, Paes, Alfredo, Arthur e Teophilo.
HURACÁN: Malteni, Settis e Pratto; Amadeo, Daniel e Souza; Carricaberry, Sposito, Ferreyra, Chiesa e Onzari.

Comentários do Jornal do Brasil:
Na hora do jogo, poucos eram os jogadores brasileiros que se achavam presentes, de sorte que o Vasco da Gama teve que fazer uma verdadeira “pescaria”, inclusive fazer jogar Jaguaré e Fausto, que já haviam tomado parte nos jogos com o próprio Huracán, quinta-feira, à noite, e com os franceses na sexta-feira, no estádio do Fluminense.
Afinal conseguiram juntar um time e o puseram em campo. O primeiro tempo terminou com o escore de 3 x 2 a favor dos argentinos. Paes marcou primeiro para os cariocas, Chiesa empatou para os argentinos, Alfredo voltou a colocar os cariocas na frente do placar. Novamente Chiesa e Onzari marcaram os gols argentinos que os colocaram na frente do placar.
De acordo com o que ficara combinado previamente, aliás, a pedido do próprio chefe da delegação argentina, os cariocas mudaram jogadores para o segundo tempo, fazendo entrar Agenor e Rodrigues, do Syrio, em lugar de Arthur e Jaburu.
Para surpresa geral, os argentinos resolveram modificar o acordo e se negaram a prosseguir no jogo.
Após muita discussão, os cariocas cederam e o jogo começou no nove jogadores locais. Jaburu e Arthur foram de novo chamados e tornaram a se uniformizar e entraram em campo seis minutos depois.
Num ataque dos cariocas, o zagueiro do Huracán comete pênalti, que Jaburu transforma no terceiro ponto carioca.
Nesse momento, dois jogadores argentinos se retiram de campo, não atendendo aos apelos feitos para que continuassem a jogar.
A retirada desses jogadores estabeleceu o desequilíbrio e os cariocas passaram a dominar o jogo e bombardearam o arco contrário. Arthur desempatou a partida, marcando de cabeça o quarto gol.
Quando maior era o domínio carioca, Ferreyra consegue marcar o quarto ponto do Huracán, empatando, novamente, a partida.
Logo depois, retira-se de campo um jogador argentino, sendo acompanhado pelo goleiro e pelo beque e depois pelos demais.
O empate inesperado foi o causador desse gesto antidesportivo e de mal educados.
E assim terminou a fraquíssima temporada do Huracán.

Fontes: Jornal do Brasil e Folha de S. Paulo

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