18 de dezembro de 2011

INAUGURAÇÃO DO ESTÁDIO PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS

No final da década de 20, o Atlético passou a se preocupar em construir seu estádio definitivo. Depois de passar pelos campos da rua Guajajaras e Avenida Paraopeba, o clube teve que mudar novamente de endereço. Isso porque o campo da Avenida Augusto de Lima foi requisitado para a construção da Secretaria de Estado da Saúde. Sem muitas opções, o Atlético teve que se abrigar onde é hoje a Secretaria de Agricultura, no terreno que abrigou o campo do extinto Sport.
Sabendo que ali logo seria construída a futura sede da Secretaria de Agricultura, Alfredo Furtado de Mendonça, o presidente do clube na época entrou, em entendimento com o Presidente (atualmente Governador) de Minas Gerais Antônio Carlos de Andrada para que este providenciasse um terreno onde o Atlético pudesse se instalar definitivamente. O governador Antônio Carlos cedeu o terreno na longínqua Avenida Olegário Maciel, lugar que na época sequer tinha calçamento. Para se chagar até lá, primeiro tinha que se passar na favela do Barro Preto e caminhar por trilhas em meio a um denso matagal.
Mesmo consciente dessa situação, o pessoal atleticano não desanimou. Durante quase quatro anos, centenas de operários fizeram esse trajeto para ali construir o maior estádio de Minas Gerais e o primeiro a possuir arquibancadas de concreto armado. Para época, era um estádio gigantesco. Isso porque a capacidade de 5 mil espectadores era de quase 20% da população de Belo Horizonte, que na época era de cerca de 40 mil moradores. A ajuda do governador Antônio Carlos foi decisiva para a realização do sonho atleticano. O governador além de ceder o terreno, ajudou o clube liberando verbas para a construção daquele empreendimento, e por isso ele foi homenageado batizando o Estádio com o seu nome.
Em 30 de maio de 1929 foi o dia da grande inauguração. Na manhã daquele memorável dia, o estádio já estava lotado para a missa campal. Depois, aconteceu uma verdadeira festa cívica onde o governador foi homenageado pela torcida atleticana. Para o jogo, foi convidado nada menos que o Corinthians, o melhor time do País na época, que detinha 6 jogadores como titulares da seleção paulista e mais 4 jogadores de seleção brasileira. Na entrada em campo, a equipe paulista foi efusivamente aplaudida. No início do jogo, com a equipe mineira visivelmente nervosa, os paulistas aproveitaram e marcaram primeiro com Valeriano. O empate mineiro aconteceu ainda no primeiro tempo. Mário de Castro num sem-pulo sensacional marcou 1 x 1.
Com a equipe mais equilibrada e tranqüila, o Atlético voltou para o segundo tempo com outra cara. Recebendo um lançamento da intermediária defensiva, Mário de Castro teve a tranqüilidade de driblar o goleiro e desempatar, 2 x 1, aos 14 minutos. A massa entrou em êxtase. A equipe mineira passou a pressionar o Corinthians. Said marcou 3 x 1 aos 22 minutos e, aos 32, Mário de Castro marcou novamente, 4 x 1. No final, De Maria diminuiu marcando o segundo gol paulista.
O Estádio Antônio Carlos continuou sendo usado pelo Atlético até a construção do Estádio Independência, no final dos anos 40. Com o passar dos anos o Atlético parou definitivamente de utilizá-lo.

Eis a ficha técnica do jogo inaugural:
ATLÉTICO MINEIRO 4 x 2 CORINTHIANS
Árbitro: César Nunes
Gols: Valeriano, 15; Mário de Castro, 35 e 52; Said, 68; Mário de Castro, 80 e De Maria, 85.
ATLÉTICO MINEIRO: Osvaldo, Chiquinho e Binga; Cordeiro, Brant e Ivo; Jayme, Said, Jairo, Mário de Castro e Geraldino.
CORINTHIANS: Tuffy, Grané e Del Debbio; Nerino, Amendoim e Bastos; Apparício, Peres, Valeriano, Rato e De Maria.

Fonte: Enciclopédia do Atlético.

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